Liturgia:

A fé precisa de ser cantada

14 novembro, 2025 Diocese, Liturgia, Voz Portucalense

Conselhos para os ministros do canto e da Música na Liturgia

1. As celebrações litúrgicas, sobretudo as de domingo, deverão ser realizadas com canto. Pelo canto a oração torna-se mais penetrante a assembleia une-se mais profundamente na celebração da fé.
2. O canto e a música na Liturgia estão ao serviço da Fé; da Palavra divina e da Fé da Igreja. Por isso a música deverá ser não só verdadeira forma de arte, mas também expressão autênticado mistério que se celebra.
3. Os textos cantados deverão ser bíblicos ou tirados da Liturgiaou neles inspirados. Os textos ou poemas de mensagem que não trazem esta marca poderão ser utilizados em exercícios piedosos ou em reuniões de cristãos, desde que não sejam contrários à doutrina católica.
4. O canto da assembleia ocupa um lugar de destaque nas celebrações litúrgicas. Por isso a participação da assembleiano canto deve ser promovida com pedagogia e de forma progressiva, a começar pelos os diálogos com o presidente e os ministros e as aclamações.
5. No canto litúrgico intervêm diversos ministros: para além do presidente e do diácono, o salmista, o coro, o diretor do coro e de assembleia, cantores que ajudam o povo a cantar, o organista e outros instrumentistas.
6. O salmistaé um solista especializado no canto dos salmos, pela sua preparação vocal, musical, bíblica e espiritual. Ele canta o salmo do ambão.
7. O corodesempenha um ministério litúrgico. Deve haver coros litúrgicos em todas as igrejas: mistos, ou só de homens ou só de senhoras, ou só de crianças.
8. O coro anima, estimula e sustentao canto da assembleia. O coro tem a missão de promover e elevar a oração cantada da assembleia.
9. Mas a missão insubstituível do coro é cuidar da qualidade da músicaque se canta na Liturgia. Esta missão tem dois aspetos: o da qualidade musical e o do repertório litúrgico. Para realizar esta tarefa o coro precisa de preparação bíblico-litúrgica, técnico-musical e espiritual.
10. O coro não só canta as partes mais difíceis dos cânticos ou dos hinos, dialogando com a assembleia, mas por vezes pode cantar a soloexecutando peças da tradição litúrgico­‑musical da Igreja, modelos vivos de arte e oração. Mas não se transforme esta possibilidade em exclusividade, reduzindo a assembleia ao silêncio e transformando a celebração em concerto (de música erudita ou outra, conforme gostos ou modas).
11. Para que o coro possa desempenhar bem o seu ministério é necessário que tenha um diretor com aptidões e preparação. As qualidades e a preparação devem ser ao nível musical, litúrgico e espiritual.
12. A formação dos fiéis no canto deve merecer uma atenção especial e deve começar, naturalmente, pelas crianças e pelos jovens. Deve incluir, para além da formação musical, a formação litúrgica e espiritual.
13. A música litúrgica é primeiramente canto. O instrumento principal é o próprio homem, instrumento vivo, que põe em jogo toda a riqueza da sua inteligência e do seu coração para elevar a Deus o seu louvor e o de toda a criação.
14. É permitido o uso de instrumentos musicaisna Liturgia para sustentar as vozes e amplificar a expressão musical do canto. Os instrumentistas deverão possuir as necessárias aptidões e a formação liturgia, técnica e espiritual.
15. O instrumento próprio da Liturgia é o Órgão de Tubos. Poderão admitir-se outros instrumentos que pelo seu uso ou, de acordo com o sentir comum, não estejam ligados a contextos estranhos à Liturgia.
16. Para além das principais solenidades (Natal, Páscoa, Pentecostes, Padroeiro…), o tempo litúrgico mais próprio da música instrumental é o tempo pascal. Na missa, poderão tocar a solo à entrada, ao ofertório, à comunhão e no fim.