Conversando … com o Pároco – Mês I de 2024-2025
Decorre em Roma, desde 2 e até 27 de outubro, a segunda sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, a qual terá como tema a discussão e aprovação das conclusões sobre a caminhada sinodal. Os paroquianos aguardam a reflexão do Pastor sobre este tema.
Como decorreu na paróquia este tempo de reflexão e partilha?
Antes de mais, em atitude de acção de graças por um processo que foi confiado a todos os batizados (e não só…) e, portanto, conta com todos, todos, todos.
Como tempo de escuta e de diálogo, todos fomos convidados a tomar consciência daquilo que não nos ajuda a caminhar juntos, nos vários âmbitos da nossa vivência cristã, e descobrir o que temos para oferecer e contribuir na construção de uma Igreja Sinodal.
Foi possível fazê-lo participando em reuniões a nível Diocesano e Paroquial, mas também utilizando as possibilidades que os recursos virtuais nos oferecem.
Cabe aqui um agradecimento especial a quem se disponibilizou a colaborar comigo na tarefa de realizar todo este processo que foi já uma excelente manifestação de sinodalidade.
Quais os resultados esperados para a vivência cristã futura em Vilar de Andorinho?
Como S. Francisco de Assis, aquele a quem Jesus pediu que reconstruísse a sua Igreja, Francisco de Roma, inicia, com este Sínodo, uma tentativa de promover uma Igreja sinodal, que não é algo novo, mas que sempre esbarrou em muitos obstáculos e impedimentos, próprios de uma Instituição humana e, por isso mesmo, frágil e pecadora, heterogénea na sua formação, dificultando um caminho com sentido único.
Dói-me sempre lembrar que, mais de sessenta anos depois da realização do Concílio Vaticano II, (cujo espírito o Sínodo quer recuperar), ainda há muitas lufadas de ar fresco que não purificaram o bafio de tanta da nossa prática pastoral.
Assim, pensar em resultados e esperar vê-los concretizados na vivência cristã futura da Paróquia de Vilar de Andorinho remete para um futuro certamente distante e incerto.
Mas nós fazemos parte de uma Igreja inspirada na Santíssima Trindade, a comunidade que se complementa em perfeita harmonia, pisando o mesmo chão para alcançar a mesma meta. E podemos, sem dúvida, antecipar e aproximar esse futuro se percorrermos o nosso caminho pastoral com a esperança e a alegria, que são expressões claras da presença de Deus, o grande timoneiro.
Com ousadia e coragem, deixando agir o Espírito e procurando responder aos desafios que o mundo de hoje nos coloca, não deixando escapar esta oportunidade de renascer/ressuscitar, superando comodismos, medos e resistências e, fortalecendo o caminho do discernimento pela Verdade e pelo Amor.
Em tempo de sinodalidade, de caminhar juntos, é urgente superar “o espírito de divisão e de conflito e gerar espaços de comunhão… colocar Deus novamente no centro do nosso olhar e ser uma Igreja que vê a humanidade com misericórdia. Uma Igreja unida e fraterna, que escuta e dialoga; uma Igreja que abençoa e encoraja, que ajuda aqueles que buscam o Senhor, que sacode saudavelmente os indiferentes, que põe em movimento itinerários para instruir as pessoas na beleza da fé. Uma Igreja que tem Deus no seu centro e, portanto, não dividida internamente nem dura externamente” – como o Papa assinalou.
Sobretudo, eu espero que a vivência cristã futura em Vilar de Andorinho possa acontecer numa COMUNIDADE que não está cansada nem fechada em si mesma.