Das capelas da paróquia de Vilar de Andorinho, a mais antiga de todas – a Capela de S. Lourenço – apresenta-se-nos como a mais modesta na sua concepção arquitectónica, talvez devido a esse mesmo factor de antiguidade. Desataca-se a sua galilé, e em cujo altar, sem estilo definido, figuram as imagens de S. Lourenço e de Santa Guadalupe.

Provavelmente já existia em 1496. Facto é que em 1575 é citada na descrição das propriedades que compunham a quintã e os casais de S. Lourenço. Antes, em 1543, na delimitação eu o Convento de Santa Clara fez da Igreja e Paróquia de Vilar de Andorinho. Unida in perpetuum ao Real Mosteiro de Santa Clara do Codessal da cidade do Porto, dizia quanto a S. Lourenço, que o limite ia ao cominho de S. Lourenço a daí a Balteiro, por marco, e que alguns foreiros desse lugar, residentes fora da delimitação, pagavam dízima a Vilar de Andorinho (ADP, Convento de Santa Clara do Porto, Lv. 75, fl 75-76v). Em 1616, voltou o Convento a fazer nova delimitação para o registo do Tombo, e voltava a repetir o mesmo que no anterior Tombo (idem, Ibidem, Lv747, fl 565v-566).

Em março de 1814, a capela de S. Lourenço recebeu obras de conservação, que custaram 39.200 reis. As figuras de São Lourenço e São Brás também nessa data foram pintadas e reformadas custando a empreitada 8.860 reis. A capela recebeu novas alfaias, tais como uma banqueta no valor de 19.400 reis.

Na capela de São Lourenço havia romaria no dia 10 de agosto, dia da festa litúrgica.

Pinho Leal em 1886, na sua famosa obra Portugal Antigo e Moderno (vol XI:1191) diz que a romagem a São Lourenço passou a ser comemorada junto com a de Nossa Senhora de Guadalupe, embora o dia da festa litúrgica seja a 12 de dezembro.

A pedido do pároco de Vilar à data de 1957, o Bispo do Porto, autorizou, em 22.11.1957, a construção de al alpendre na capela de São Lourenço e a dotá-la de uma sineta, um altar e sacrário com chave e cruz, dois castiçais de madeira, dois castiçais de alumínio, uma caixa de pinho e uma credência.

Recolha livre em São Salvador de Vilar de Andorinho – Notas Monográficas – de Francisco Barbosa da Costa e Paulo Costa, edição da JFVAndorinho, 2013