Conversando … com o Pároco – Mês II de 2024-2025
Sendo nós, católicos, seguidores dos d’O Caminho, na peugada do Mestre de Nazaré vemos, ouvimos e lemos e não podemos ignorar o discurso da comunidade de Mateus no capítulo 5:
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Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. Felizes…. …….
…. ou da mesma comunidade de Mateus no capítulo 25, 34-40:
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‘Vinde, benditos de meu Pai! Recebei em herança o Reino que vos está preparado desde a criação do mundo. 35Porque tive fome e destes-me de comer, tive sede e destes-me de beber, era peregrino e recolhestes-me, 36estava nu e destes-me que vestir, adoeci e visitastes-me, estive na prisão e fostes ter comigo.’ 37Então, os justos vão responder-lhe: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber? 38Quando te vimos peregrino e te recolhemos, ou nu e te vestimos? 39E quando te vimos doente ou na prisão, e fomos visitar-te?’ 40*E o Rei vai dizer-lhes, em resposta: ‘Em verdade vos digo: Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim mesmo o fizestes.’
…….. Enquadrados pela boa notícia:
1. Como se vive, em Vilar de Andorinho, o sentimento e a partilha das obras de misericórdia?
Vilar de Andorinho é uma comunidade que valoriza profundamente os princípios cristãos, incluindo o sentido de solidariedade e partilha, que se reflete nas OBRAS DE MISERICÓRDIA, enquanto gestos concretos de ajuda e compaixão que buscam aliviar o sofrimento e promover a dignidade humana.
Em Vilar de Andorinho, o sentimento e a partilha das obras de misericórdia podem ser observados:
• Na solidariedade comunitária, no âmbito da Paróquia, promovendo pontualmente iniciativas de ajuda ao próximo com campanhas de angariação de bens (roupa, alimentos), visitas aos doentes, idosos e pessoas em situação de vulnerabilidade, para garantir que ninguém seja negligenciado.
O voluntariado e as iniciativas de ajuda mútua são comuns, e a partilha de recursos, como alimentos ou roupa, é vista como uma expressão natural de apoio.
• Em eventos sociais e caritativos, através da realização de festas ou eventos com vista à angariação de fundos ou bens para causas sociais, mostrando um forte vínculo entre a celebração da comunidade e o compromisso com os mais necessitados.
• Na educação cristã, através da Catequese, dos Escuteiros, nas celebrações, incentivando a praticar as obras de misericórdia, com destaque para o cuidado com os outros, a promoção da justiça social e a valorização do bem comum.
Em resumo, a vivência das OBRAS DE MISERICÓRDIA em Vilar de Andorinho está enraizada nas práticas quotidianas de solidariedade e apoio mútuo, em um ambiente que reforça o sentido de fraternidade, comunidade e cuidado com o próximo.
2. Como funciona o cuidado pelos irmãos carentes aos mais diversos níveis?
O cuidado pelos irmãos carentes em Vilar de Andorinho, pode ser observado através de um conjunto de ações e iniciativas organizadas em diferentes níveis, com a finalidade de atender às diversas necessidades dos mais vulneráveis. Esse cuidado é realizado tanto formal (através do Centro Social e Paroquial) como informalmente, (pela ajuda mútua entre os membros da comunidade), com iniciativas concretas a vários níveis, tais como:
• Assistência social: A paróquia pode gerir programas de ajuda alimentar, fornecendo cestas básicas ou distribuindo alimentos a famílias em situação de carência, dificuldades económicas, desempregados ou idosos.
• Visitas aos doentes e idosos: A Pastoral da Saúde e a Conferência Vicentina realiza visitas regulares a doentes, idosos ou pessoas em situações de isolamento social, oferecendo apoio emocional, espiritual e cuidados básicos.
• Campanhas de angariação de bens: A Paróquia organiza campanhas, como recolha de alimentos, roupas ou brinquedos, especialmente durante períodos de maior necessidade, como o Natal. Estas Campanhas são promovidas envolvendo, por exemplo, as crianças e adolescentes da Catequese, para despertar neles o sentimento de partilha e o cuidado com os mais frágeis. Acreditamos que a educação tem um papel importante no cuidado dos mais carentes, especialmente para prevenir situações de vulnerabilidade e pobreza futura.
3. Como resolve o Pastor as carências materiais com que se debate para cumprir a Boa Notícia trazida pelo Mestre? O Contributo Paroquial anual é bem compreendido? E é suficiente?
O Pastor tem uma responsabilidade espiritual e pastoral importante, mas também enfrenta o desafio de garantir que a paróquia possa efetivamente atuar para aliviar as carências materiais e promover a solidariedade na comunidade.
A maneira como o Pastor resolve as carências materiais para cumprir a Boa Notícia do Evangelho, tal como foi trazida por Jesus, depende em grande parte da compreensão e colaboração da comunidade paroquial, do envolvimento da igreja nas ações sociais e do apoio das instituições locais.
A par de outras formas de angariação de bens, contributo paroquial anual, como fonte de financiamento para as atividades da paróquia e ações sociais, é uma peça chave nesse contexto, uma vez que a Paróquia não tem outro valor de Receitas expressivo.
O contributo paroquial anual é mesmo a fonte de financiamento mais importantes para a manutenção da paróquia, incluindo as suas atividades espirituais e sociais, as várias despesas ordinárias, com água, electricidade, salários, manutenção do património etc.
A forma como este contributo é compreendido pela comunidade paroquial é fundamental para o sucesso da Campanha que se realiza anualmente por esta altura do ano.
Antes de mais, é necessário acabar de ves com a ideia de que TODO o valor da receita arrecadada pelas ofertas dos fiéis é para o Padre. De facto, no caso concreto da Paróquia de Vilar de Andorinho, o Pároco tem um salário mensal fixo e justo que lhe permita sobreviver como qualquer trabalhador. Como diz S. Paulo: “O trabalhador merece o seu salário”.
É importante que se explique claramente que, além das despesas com obras de manutenção do património, pagamento de salários e outras despesas ordinárias, esses recursos são fundamentais para a ajuda aos mais necessitados. A sensibilização da comunidade para esse aspecto pode ser crucial.
O contributo paroquial anual nem sempre é suficiente para cobrir todas as necessidades materiais e as iniciativas sociais da paróquia, impedindo mesmo que se realize tudo quanto se desejaria e obrigando a um esforço para priorizar o mais importante. A paróquia, então, precisa de buscar outras fontes de financiamento e apoio, como a colaboração com entidades externas (Município, Junta de Freguesia, Empresas locais), realizar eventos ou candidatar-se a programas de apoio social.
Cabe aqui dizer que, numa Freguesia/Paróquia tão populosa como Vilar de Andorinho, o contributo paroquial anual seria mais do que suficiente se o número das famílias que participam fosse maior. Tem havido um esforço de divulgação desta forma de partilha que, infelizmente, não tem encontrado grande adesão, sendo mesmo desproporcional o número de novos “contribuintes”, em relação aos que, por vários motivos, vão desistindo…