O Papa Francisco declarou o ano de 2025 como um ano de Jubileu.
Pegando neste tema, partilhe com a comunidade de Vilar de Andorinho:

1. O que significa um Jubileu?
Um jubileu é um ano especial de graça e celebração na tradição bíblica e cristã. A sua origem remonta ao Antigo Testamento, onde foi instituído como um ano de libertação e renovação.
No Livro do Levítico (25, 8-55), Deus ordena ao povo de Israel que celebre um Ano Jubilar de 50 em 50 anos, já que era o ano “extra”, a mais, que se vivia cada sete semanas de anos. Durante o Ano Jubilar, devia promover-se a libertação dos escravos e a restituição de terras aos seus proprietários originais. Além disso, a terra não deveria ser cultivada durante esse ano, simbolizando a confiança na providência divina.
Era, portanto, um ano de justiça, perdão e renovação espiritual e social, uma ocasião para restabelecer uma correcta relação com Deus, entre as pessoas e com a criação, e implicava a remissão de dívidas, a restituição de terrenos arrendados e o repouso da terra.

2. 25 ou 50 anos de intervalo? Porquê?
O primeiro jubileu cristão foi instituído em 1300 pelo Papa Bonifácio VIII e deveria ser celebrado a cada 100 anos.
A sua frequência mudou ao longo do tempo, tendo passado para 50 anos em 1343 com Clemente VI. Entretanto, o grande Cisma do Ocidente de 1378, ligado à legitimidade da escolha e eleição do papa, veio alterar a sequência dos jubileus. Urbano VI quis introduzir uma nova periodicidade: a de trinta e três anos, em memória da vida de Jesus. Contudo, vários motivos levaram a que esta proposta não fosse considerada. Desde 1470 com Paulo II tem sido geralmente celebrado a cada 25 anos.
Jubileus extraordinários podem ser decretados em outros momentos: por exemplo, em 1933 Pio XI quis recordar o aniversário da Redenção e , mais recentemente, e de que muitos de nós nos lembramos certamente e tivemos a graça de celebrar, aconteceram o Jubileu do ano 2000, decretado pelo Papa João Paulo II, para assinalar o início do terceiro milénio cristão e o Jubileu Misericórdia, em 2015, proclamado pelo Papa Francisco para enfatizar a importância da misericórdia divina.

3. Onde “bebem” os católicos este projecto de vida que lhes é proposto?
É a tradição judaica, com raízes no Antigo Testamento que os católicos “bebem”.
Na Igreja Católica, o Jubileu – também chamado de “Ano Santo”, porque é um tempo no qual se experimenta que a santidade de Deus nos transforma – é proclamado pelo Papa, que convida os fiéis a converter-se e a receber indulgências.
Entre os elementos importantes de um Jubileu católico estão:
• A abertura da Porta Santa nas Basílicas Maiores de Roma (São Pedro, São João de Latrão, São Paulo Fora dos Muros e Santa Maria Maior).
• O apelo à conversão, ao perdão e à misericórdia.
• A possibilidade de obter uma indulgência jubilar através da realização de certos actos de fé (confissão, comunhão, oração pelo Papa, peregrinação a um santuário, prática das obras de misericórdia).
O Jubileu é, portanto, um ponto alto espiritual, um apelo à renovação interior, ao perdão e à justiça. É um convite a redescobrir uma relação mais profunda com Deus. É um tempo forte para crescer na fé, encorajar obras de solidariedade e viver uma comunhão fraterna dentro da Igreja e da sociedade.

4. Como será vivido em Vilar de Andorinho o Jubileu de 2025?
O Jubileu que estamos convidados a viver e a celebrar neste ano de 2025, proclamado pelo Papa Francisco, com o tema “Peregrinos de Esperança” é um momento excepcional que convida os fiéis de todo o mundo a viver um período de renovação espiritual, conversão e solidariedade.
Teve início no dia 24 de dezembro de 2024 com a abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro no Vaticano e o seu encerramento acontecerá no dia 6 de janeiro de 2026, marcando o fim deste Ano Santo.
Ao longo deste tempo, vários eventos e peregrinações serão organizados em Roma, cada um dedicado a grupos específicos de fiéis (para obter informações detalhadas sobre cada evento, recomenda-se visitar o site oficial do Jubileu 2025 ou pesquisar na página da nossa Paróquia na internet).
O Jubileu é uma experiência eclesial vivida com os outros: «Sejamos peregrinos de esperança, a caminho do encontro com Deus e com os irmãos!» (Papa Francisco)
Esta experiência sinodal pode acontecer em três âmbitos eclesiais: nas Paróquias, nas Dioceses e no Vaticano.
É nestes âmbitos que cada paroquiano e cada paroquiana de vilar de Andorinho é convidado a viver este Ano Jubilar, de acordo com os Programas estabelecidos, participando das várias actividades.
Concretamente, na nossa Paróquia, dentro das limitações e das possibilidades pastorais, os fiéis são convidados a:
• Perceber o que é um Jubileu e especificamente este Jubileu de Esperança, através da formação oferecida na Paróquia e da vasta leitura que existe sobre esta matéria;
• Aprofundar o relacionamento com Deus, através da Oração diária;
• Aprofundar o relacionamento com os irmãos e irmãs, através do perdão e da reconciliação e do compromisso com a caridade e o serviço junto dos mais necessitados ( visitar os doentes, ajudar os pobres, acolher os idosos e os marginalizados;
• Aprofundar o sentido de pertença à Igreja (comunidade paroquial, através da prática do jejum e da penitência da participação nos Sacramentos, em particular a confissão e a Eucaristia, a oração pelas intenções do Papa;
• Fazer uma peregrinação: Ir a Roma para passar pela Porta Santa das Basílicas Maiores; Visitar um santuário ou local designado para o Ano Santo.

A propósito de peregrinação, importa dizer que o Jubileu é um apelo a tornar-se peregrino, seja física ou espiritualmente. É, por isso, muito importante que se consiga fazer uma peregrinação interior, meditando no próprio caminho de fé.
Convém ainda lembrar que a Igreja concede uma indulgência plenária àqueles que preenchem estas condições.
Viver o Jubileu 2025 é responder ao apelo de Cristo, tornando-se testemunhas de esperança. Que este Ano Santo seja uma oportunidade para todos, de renovação, amor, perdão e fé viva!

Conversando fevereiro 2025 (PDF)