1 A Raínha de Sabá
30.05.2025
Curiosidades da Bíblia: A Rainha de Sabá
Foi a soberana de um Reino identificado como o Reino de Sabá, mas o seu nome possui significados e denominações diferentes para diversos povos do norte da África e do Médio Oriente.
Padre José Inácio de Medeiros, cssr – Instituto Histórico Redentorista
Existem pessoas, lugares, costumes e regiões citados na Bíblia dos quais muito pouco conhecemos. Uma dessas pessoas é a Rainha de Sabá, citada tanto no antigo como no novo Testamento. É dela que hoje falamos.
A rainha de Sabá soube da fama de Salomão e foi a Jerusalém para po-lo à prova com perguntas difíceis. Quando chegou, acompanhada de uma enorme caravana, com camelos carregados de especiarias, grande quantidade de ouro e pedras preciosas, foi até Salomão e fez-lhe todas as perguntas que tinha em mente. Salomão respondeu a todas. E nenhuma foi tão difícil que não pudesse responder. Vendo a sabedoria de Salomão, bem como o palácio que ele havia construído, o que era servido em sua mesa, o lugar dos seus oficiais, os criados e os serventes, todos usando uniformes específicos, bem como os holocaustos que ele fazia no templo do Senhor, ficou impressionada. (II Crônicas 9, 1-5)
Quem foi a Rainha de Sabá?
Além de ter sido mencionada no antigo testamento, tanto no II Livro de Crônicas, como no I Livro de Reis, no Novo Testamento ela é citada como a Rainha do Sul, quando Jesus Cristo diz “No dia do julgamento, a Rainha do Sul levantar-se-á contra essa geração e a condenará” (MT 12,42).
Foi a soberana de um reino identificado como o Reino de Sabá, mas o seu nome possui significados e denominações diferentes para os diversos povos do norte da África e do Médio Oriente. Os etíopes chamam-na de Makeda, os muçulmanos chamam-na de Balkis ou Bilkis e os romanos chamavam-na de Nicaula. O nome, porém, que ficou como mais famoso na história veio da denominação que o rei Salomão lhe atribuiu, Rainha de Sabá.
Independentemente da diferença na denominação, os livros sagrados de diferentes religiões concordam que ela foi uma soberana de significativa importância para o Reino de Sabá, que incluía os territórios hoje ocupados pela Etiópia e Iêmen.
A versão mais conhecida é a de que ela tenha vivido no século X a.C., teria viajado levando consigo presentes para o Rei Salomão após ouvir histórias sobre ele, com a intenção de testar a sua sabedoria. Surge daí uma outra versão. A de que Salomão tenha conquistado os encantos da rainha que chegou a engravidar dele e que, dessa relação, tenha surgido uma linhagem de imperadores do povo da Etiópia.
A Rainha de Sabá é tida como a mãe da família imperial etíope e a sua relação com ele é detalhada num texto da cultura do povo etíope, o Kebra Negast. O filho do casal, Menelik I, foi o primeiro imperador da Etiópia.
No período medieval, a Rainha de Sabá tornou-se a principal personagem de uma das versões sobre a lendária Arca da Aliança. De acordo com um relato fictício, ao voltar para casa, a Rainha de Sabá teria levado consigo a Arca da Aliança, que estava no Templo de Jerusalém. Segundo esta versão, o templo de Salomão teria ruído por não ter consigo a Arca da Aliança. A presença da Arca da Aliança no Império Etíope teria feito dele um dos maiores impérios do mundo durante vários anos, vencendo guerras e inimigos. Esta, porém, é apenas uma das versões lendárias sobre a Arca da Aliança.
Pesquisas arqueológicas descobriram informações preciosas sobre a Rainha de Sabá e alguns apontamentos mais recentes baseados em escavações feitas no Iémen mostram que a Rainha de Sabá, muito provavelmente, teria sido, também, a monarca da Arábia Meridional. Há evidências de que a própria capital do Reino de Sabá pudesse estar localizada na região.