O cristão e o tempo de férias

10.07.2021

Uma adaptação livre de uma proposta da Conferência dos Bispos Franceses  (CEF) em 2021

Estamos em pleno verão europeu, o que levou os bispos franceses a elaborar algumas “regras”, ou, sugestões para os cristãos não darem férias à sua fé, mas levarem Deus consigo e testemunharem a alegria do Evangelho.

Como fazer férias “divinas”?

Abre-se com esta pergunta, intencionalmente provocatória, o particular “Decálogo do cristão em férias” preparado pelos bispos franceses para este verão europeu 2021.

A proposta do episcopado parte de um dado de facto: “Durante as férias, somos ‘menos’ cristãos. Antes ainda, às vezes não o somos de nenhuma maneira – lê-se no site da Conferência Episcopal (CEF). Permitimo-nos um tempo excecional, uma festa sem Deus, domingos sem Missa. Resumidamente: Deus está de férias”.

Neste sentido, ou nesta contracorrente, surge a sugestão para conceber o tempo de ócio e de descanso também como “um itinerário no amor do Senhor”.

A primeira regra, então, será dedicar “tempo à caridade”, refletindo sobre o “peso” que o amor terá durante as férias. “Este é um ponto essencial – sublinham os bispos – caso contrário, o período de verão corre o risco de ser somente egoísmo disfarçado de relax”.

A segunda regra será “colocar Deus na mala”, isto é, bastará, por exemplo, levar consigo “uma pequena Bíblia, a vida de um Santo, uma pequena obra de Teologia”, explica a Conferência Episcopal francesa, sem esquecer “o Rosário, um pequeno ícone ou um crucifixo”.

Da mesma forma, a terceira regra convida-nos a “levar Deus no coração em cada momento das férias”, porque “a fé é a nossa ligação com o Senhor”.

Na quarta regra, por outro lado, os bispos exortam os fiéis a “fugir dos lugares sem Deus”, isto é, daquelas “situações ambíguas ou doentes que prejudicam o nosso vínculo com o Senhor e com o próximo”.

O tempo das férias, de facto – e esta é a quinta regra – deve ser entendido como “um longo domingo”, portanto, como “um tempo para dedicar um espaço somente a Deus”.

Por isso, como sexta regra, a CEF exorta a não “faltar à Missa” usando desculpas triviais, mas sempre participar do encontro com o Senhor.

Chegados aqui, as quatro últimas regras são indicações práticas para “contemplar, testemunhar, servir e alegrar-se”.

Sétima regra: contemplar a beleza presente “na natureza, na arte, no ser humano”, porque “sem contato com a beleza, ficamos áridos rapidamente”.

Oitava regra: dar testemunho de Cristo, porque “nas férias, não devemos nos limitar a ‘permanecer’ cristãos, mas também a despertar a fé nos outros”.

Nona regra:  servir ao próximo, porque colocar-se ao serviço do outro significa percorrer “o caminho de Deus”.

E, por fim, a décima regra: alegrar-se sempre: “O cristão deve alegrar-se em tudo porque a sua alegria está antes de tudo em Deus – recorda a CEF. Longe do ideal mundano da ociosidade preguiçosa e desumanizante, o cristão exala alegria quando Deus dá a sua graça, na verdade e na gratuidade do dom de si”.

“E no seu regresso, melhor do que as fotos orgulhosas das empreitadas turísticas – concluem os bispos – o cristão dará testemunho de um coração mais alegre por ter levado Deus de férias com ele”.

Boas Férias

 

O cristão e o tempo de férias (PDF)