Frei Luís de Granada, dominicano espanhol, permaneceu no nosso País durante quase 40 anos (1550-1588) e publicou entre nós muitas das suas obras, que alcançaram fama internacional. Contudo, a nossa falta de perspetiva histórica acabou por relegar para o esquecimento o legado literário e espiritual deste frade que consagrou a sua vida à escrita e à pregação, e influenciou, de forma significativa, a vida espiritual de personalidades da época, como o cardeal D. Henrique e Teresa de Ávila, e que suscitou também a oposição da Inquisição espanhola.
O texto agora publicado é a terceira parte (visto que se pode ler de maneira autónoma) da principal obra de frei Luís de Granada, o Livro da Oração e Meditação, um «acontecimento editorial» no seu tempo.
«Nesta parte, consagrada à oração, ao jejum e à esmola, Luís de Granada argumenta sobre o equilíbrio que constituem estes três pilares da vida do cristão perfeito. Neste tratado, podemos analisar e pressentir a mestria de frei Luís em relação às realidades da vida espiritual, a doçura da sua linguagem, a sua grande exigência e coerência. Ou seja, frei Luís coloca-nos diante dos olhos o soberano equilíbrio de todos estes elementos, que não podem ser separados uns dos outros» (da Introdução).
Mateus, 6, 1-8. 16-18
A esmola – 1«Guardai-vos de fazer as vossas boas obras diante dos homens, para vos tornardes notados por eles; de outro modo, não tereis nenhuma recompensa do vosso Pai que está no Céu.
2Quando, pois, deres esmola, não permitas que toquem trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, a fim de serem louvados pelos homens. Em verdade vos digo: Já receberam a sua recompensa. 3Quando deres esmola, que a tua mão esquerda não saiba o que faz a tua direita, 4a fim de que a tua esmola permaneça em segredo; e teu Pai, que vê o oculto, há-de premiar-te.» A oração – 5«Quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de rezar de pé nas sinagogas e nos cantos das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa. 6Tu, porém, quando orares, entra no quarto mais secreto e, fechada a porta, reza em segredo a teu Pai, pois Ele, que vê o oculto, há-de recompensar-te.7Nas vossas orações, não sejais como os gentios, que usam de vãs repetições, porque pensam que, por muito falarem, serão atendidos. 8Não façais como eles, porque o vosso Pai celeste sabe do que necessitais antes de vós lho pedirdes.» O jejum – 16«E, quando jejuardes, não mostreis um ar sombrio, como os hipócritas, que desfiguram o rosto para que os outros vejam que eles jejuam. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa. 17Tu, porém, quando jejuares, perfuma a cabeça e lava o rosto, 18para que o teu jejum não seja conhecido dos homens, mas apenas do teu Pai que está presente no oculto; e o teu Pai, que vê no oculto, há-de recompensar-te.»
Tratado da Oração, do Jejum e da Esmola
Frei Luís de Granada
Peso 350 g
Dimensões (C x L x A) x 13 x 20.5 cm
Ano 2006
Edição 1
Encadernação Capa Mole
ISBN 978-972-751-743-5
Páginas 256
Preço: € 14.00