Os Fundadores
Étienne Pernet nasceu em 1836, numa aldeia do nordeste de França, filho de Claude-Louis, ferrador, e Madeleine Cordelet. Foi educado pelo Pároco da aldeia, padre Guillaume, que mais tarde o encaminhou para o Seminário.
Ordenado sacerdote na Congregação dos Agostinhos da Assunção, em 1858, Étiene foi professor num colégio e ocupava-se também de um patronato de crianças oriundas dos meios mais desfavorecidos.
Antoinnete Fage nasceu em Paris em 7 de novembro de 1824. Filha de um soldado e de uma costureira, foi criada pela sua avó, madame Mutinot, assassinada em julho de 1830, quando voltava do mercado. Antoniette ficou aos cuidados de amigos dos seus avós.
Por volta de 1850, ela começou a trabalhar em uma oficina de costura para se sustentar e ingressou na Sodalidade de Nossa Senhora do Bom Conselho, cujos membros visitavam os pobres para distribuir alimentos.
Ela também se envolveu nas atividades de caridade da Arquiconfraria de Notre-Dame-des-Victoires tendo sido convidada para dirigir um orfanato para meninas.
Uma inquietação
O padre Étienne Pernet sofria com a desintegração das famílias proletárias de meados do século XIX e fazia tudo para as ajudar.
Nessa época, marcada pelo início da industrialização, o êxodo rural fazia aumentar a população operária nas cidades, com os consequentes problemas sociais de aglomeração de uma classe pobre, desenraizada e discriminada. Ao visitar as famílias, apercebe-se da situação dramática em que vivem, sobretudo quando adoecia a mãe. Com o pai ausente na fábrica, muitos lares estavam destruídos, sem condições humanas e sem qualquer apoio social, postos à margem da sociedade e da Igreja, considerada naquela época muito ligada ao poder.
Esta desagregação familiar e o afastamento da Igreja interpela-o fortemente e faz com que a sua principal inquietação passe a ser encontrar uma forma de “reconstruir a família”. Sabe que o mal do mundo trabalhador, não é só o problema da miséria, da dependência, da incerteza, da sujeição à técnica e ao dinheiro, mas um drama espiritual: a perda de sentido da sua grandeza de filhos de Deus. Diria ele: “Para reconstruir a família, era preciso entrar nos seus lares e ser aí um sinal vivo da Igreja, revelar o amor de Deus através de um serviço simples e concreto, elevando esta classe à sua dignidade ajudando-a a tomar o seu lugar na sociedade e na Igreja para «refazer um povo para Deus»”.
A resposta numa congregação
Este era um trabalho que exigia um “exército” de mulheres consagradas, totalmente dedicadas a ir a esses lares cuidar das famílias, sobretudo quando faltava a figura da mãe, e mostrar-lhes que a Igreja estava presente como testemunha do amor de Deus.
A operária Antoinnete Fage, nascida numa dessas famílias pobres, foi a resposta ao seu sonho de fundar uma congregação que a isso se dedicasse inteiramente.
Também ela tinha a mesma preocupação e dedicava-se afincadamente a acompanhar e ajudar os mais pobres da sua classe. Apesar da fraca instrução religiosa da infância, sempre alimentou a fé em Deus e foi-se aproximando da Igreja, ao ponto de vir a dirigir um orfanato feminino da Ordem Terceira Dominicana. Mas a sua missão só encontrou verdadeiro sentido quando conheceu o projecto do padre Étienne.
Tocados pelo sofrimento humano e habitados pela força do Evangelho, juntos intuíram uma resposta: “Procurar a glória de Deus, pela salvação dos pobres e dos pequenos pelo caminho da Encarnação que seguiu Jesus, o Servo enviado do Pai”. E isto através de meios simples de serviço, estando presentes nas famílias nos momentos de dificuldade, da doença e da tristeza.
Com um pequeno grupo de jovens enfermeiras, formam a primeira comunidade que, em 1865, se consolida como Congregação das Irmãzinhas da Assunção.
Reconhecida pelo direito pontifício em 1896, a Congregação tem como lema “Que vossos actos falem Jesus Cristo” e como carisma “ser presença e anúncio do Amor de Deus junto das famílias mais desfavorecidas”.
Pelo mundo
O dinamismo missionário da Congregação espalhou-se rapidamente por todos os continentes, como resposta aos apelos da Igreja, tornando vivo o carisma específico de viver e anunciar o Evangelho do amor e ternura de Deus aos mais carenciados da sociedade.
Assim chegaram também a Portugal, em 1949, e à nossa Paróquia, em 2004, com uma comunidade de quatro irmãs que se fixaram na Urbanização de Vila d´Este.
Neste momento, a comunidade conta com três irmãs: Maria Luísa, Natália e Maria Adelaide.
Irmãzinhas da Assunção – Entrevista à Irmã Maria Luísa